Perto do coração selvagem.
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NYAD 2023
Pouco me envolveu. Por mais que trate de desempenhos excelentes (porque são atrizes de calibre) de Annette Bening e Jodie Foster, acho muito mais do mesmo. Sinto a direção até edificante por parte dos documentaristas Chin e Chai, mas a trajetória é muito protocolar; o típico efeito “americano herói” que já vimos muito por aí. O sentido humanitário bem como a perseverança em relação à personalidade de Nyad segue molde comum, embora a relação de amizade dela com a sua…
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Poor Things 2023
Tal qual o mito mórbido criado por Mary Shelley, cuja criatura sobre-humana adquire uma personalidade — fiquei fascinado pela odisseia de Bella Baxter, trazida à vida também pela perversidade de um cientista (um Willem Dafoe assustador). A maneira como Yorgos Lanthimos cria essa trama, cheia de afetações e também subtextos, muito me cativou e provocou inquietação.
Assim como a criatura de Frankenstein, ninguém queria saber de seus sentimentos, nem ligava para o fato de que talvez tivesse uma alma. Emma…
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Roma 2018
“Acho que eu gosto de estar morta”. A fala da protagonista, uma moldura para a sua subordinação, que preserva o elo afetivo na convivência dentro da redoma que se submete. Cuarón abre o filme com o simbólico plano estático: um chão sujo, seco, mas que logo é invadido pela água ensaboada que reflete uma janela. É como nosso olhar diante do reflexo.
O olhar de Cleo é o da observação, a adorada serviçal e companheira que tem o afago dos…
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Just Like Our Parents 2017
Pratos à mesa. Não é a toa que a primeira sequência exibe bem a tônica que o formato narrativo decide externar: a aparente harmonia familiar em um almoço de um dia qualquer, solar e íntimo, que se converte em indisposições e dores antigas - culminando na chuva que desaba literalmente sobre os pratos, talheres e corpos frente a frente em discussões calorosas. Laís Bodanzky expõe a ferida através do olhar diante da relação de pais e filhos.
Só que o…