Um filme pouco visto de Kubrick, feito entre os ultraconhecidos Laranja Mecânica e O Iluminado, Barry Lyndon é geralmente elogiado pela bela fotografia que utiliza apenas luz natural e criticado pela falta de emoção. O que é estranho, já que as obras de Kubrick sempre foram conhecidas por serem muito mais cerebrais, e nem por isso deixam de ser grandes filmes. Em defesa de Barry Lyndon, há sim vários momentos humanos, como a cena em que o protagonista conta uma história para seu filho (e o narrador, que dá spoiler o tempo inteiro sobre o que vai acontecer, não atrapalha a história, que não depende do suspense para funcionar). Longo (três horas), mas nunca monótono como dizem os detratores, Barry Lyndon narra com calma a ascensão e queda de seu personagem-título, contando com o estilo particular do diretor (que enche de zoom-outs um filme de época), duelos absurdos e um epílogo ótimo de apenas uma frase.