Synopsis
50 years of Brazilian history seen from the point of view of a friendship among two intellectuals.
1993 ‘Alma Corsária’ Directed by Carlos Reichenbach
50 years of Brazilian history seen from the point of view of a friendship among two intellectuals.
— para ligar-se às massas importa agir de acordo com as necessidades e aspirações das massas. todo o trabalho feito para as massas, deve partir das necessidades das massas
— porra eu aqui morrendo de fome e você só fala na massa
— fica quieto!
O retrato mais certeiro da esquizofrenia ideológica brasileira
Filmaço!
O que tem de comum com Sangue Corsário, além do nome, é essa dicotomia do banqueiro e do poeta; mas enquanto o curta me parecia simplório e imaturo (desculpe, Carlão), este filme aqui se aprofunda nas possibilidades da relação entre os personagens de modo que ela fica muito mais rica.
Tem uma ironia natural que permeia tudo: a montagem (a brincadeira do raccord explicitada pela dançarina que entra na cena anterior para a dança da cena seguinte), a paquera juvenil (a clássica levantada de perna do primeiro beijo, desta vez para a moça tirar a calcinha), a militância revolucionária (a desconstrução da ideologia e do cinema de Godard), o sublime (Debussy + o marombeiro), o estilo de interpretação, e até mesmo a interrupção da narrativa para entregar a Samuel Fuller o Oscar que estão até hoje lhe devendo. Sensacional, adorei!
Falando em Monte Hellman e em cinema americano, o Luís Miguel Oliveira lembrou hoje disto.
Mais até do que a sensibilidade estética ("Cigarros Monte Hellmann", "Pastelaria Espiritual") e a abertura de espírito (e a sua contraparte fundamental, que era a capacidade de não seguir consensos tanto no que gostava quanto no que não gostava), o humor do Carlão é algo cuja falta se sente tanto nos filmes que têm sido feitos por aqui quanto na cinefilia que tem aparecido por aqui.
Alma Corsária e a poesia escrito a quatro mãos
Carlos Reichenbach nos mostra através do prólogo que toda a história contada retrata a amizade e devaneios de sua infância. Uma autobiografia onde liberdade e misantropia curiosamente se casam.
Assim como quase todos os filmes realizados pelo Carlão, ele mostra a cidade de São Paulo como uma personagem, onde os protagonistas Rivaldo Torres e Teodoro Xavier vivem em meio à distopia e as ruas caóticas da grande São Paulo. A história em si é simples. Dois amigos de infância lançam um livro de poesia escrito a quatro mãos. Tudo isso acontece em um lugar nada comum, uma pastelaria onde o publico são prostitutas, cafetões, um suicida e claro, os dois jovens…
"Che: Para ligar-se às massas importa agir de acordo com as necessidades e aspirações das massas. Todo o trabalho feito para as massas deve partir das necessidades das massas.
Rivaldo: Porra, eu aqui morrendo de fome e você só fala de massa!"
O diretor mistura histórias pessoais e de amigos com a história estética e ideológica do Brasil (e do mundo). O resultado não é um filme cerebral e expositivo, mas sim um bastante emotivo e simbólico. O filme todo acaba funcionando também como uma homenagem muito bonita aos amigos do diretor.
É nítido o carinho de Reinchenbach pelo escatológico, pelo anarquismo, pelo niilismo. Contrapõe a guerrilha de jovens maoistas com um bar chinês na República.
Essa mistura toda funciona…
Há um pouco de neorrealismo, Cinema Novo, Marginal e até mesmo experimentalismo à la Godard. Carlão traça uma linha curva do pensamento estético cinematográfico e político brasileiro com um humor peculiar.
A poesia escarrada escancara a esquizofrenia da história brasileira dos então últimos 50 anos. Intelectualmente falamos tanto das massas, mas elas estão todas morrendo de fome. Melhor lugar para se encontrar? Num bar. Mas qual o destino estético dessa nação?
Em momentos de quarentena só queria estar nessa pastelaria me acabando com Raffaella, Caue, Felipe, Matheus e todo mundo XD
"Coincidência ou não, a geração que retrata privilegiava as sensações absolutas, a amizade e a fé na utopia."
Reichenbach nos traz aqui uma obra autobiográfica que busca rememorar/homenagear não somente seus amigos e sua juventude, mas toda uma geração que foi marcada por uma vivência muito rica em termos culturais e políticos (ainda que a ditadura estivesse ali para frustar toda aquela vivacidade). É por esse e por outros motivos, que o filme ganha contornos tão sensíveis, poéticos e nostálgicos. Alma Corsária é um grande filme sobre amizade, mas é também um grande filme sobre memórias, regado com muito humor, simbolismo e até misticidade - do jeito Carlão de ser.
Alguns pensamentos soltos sobre "Alma Corsária":
Uma revolução que está mais próxima da pastelaria chinesa do que do maoísmo.
O cinema brasileiro tem muitas possibilidades e o Reichenbach aqui explora algumas delas de um jeito que preza pela praticidade e pela frontalidade, que não perde a didática mesmo que emaranhada em uma cronologia não-linear.
É um filme essencialmente bem brasileiro, na real. "Alma Corsária" é puro suco de Brasil, do companheirismo infantil das peladas de campinho, da amizade das mesas de bar, das utopias falhas do século XX.
O Jorge Fernando fazendo um arquétipo Joe Pesci foi meio genial.
Gostei, mas pretendo reassistir eventualmente num dia em que eu estiver mais focado.
"Sam, aqui está o Oscar que estavam te devendo"
Mas de que vale um Oscar? Ou melhor: quanto vale um Oscar? Mais que um disco do Hendrix ou um poema de Cesário Verde? Vale pelo menos um maço de cigarros ou só paga meia dúzia de cigarros soltos?
Alma Corsária é um longa metragem de 1993, dirigido, escrito e musicado por Carlos Reichenbach. Sua premissa básica se desenrola a partir de uma tentativa de suicídio no Viaduto do Chá frustrada graças à intervenção de Torres (Bertrand Duarte). A partir desse encontro inesperado, o suicida (Abrahão Farc) é convidado à festa de lançamento do livro de poesia escrito por Torres e seu amigo Xavier (Jandir Ferrari), festa esta que será realizada…
This reminds me a lot of Pasolini’s cinema. There’s a very clear political message but the movie is much more about celebrating life, youth and memory. The characters tell stories while sitting in a bar, just for the pleasure of storytelling.
I also appreciate being able to see older São Paulo, it looks amazing.
I will probably enjoy this more when I am older, but it was a good surprise for now.
Watched for Tom’s Cinema vol 2 (90’s film with a budget of 500,000 dollars or less.)
Promissor nas primeiras cenas, mas exagerado e confuso nas intervenções dos minutos finais. Apesar disso, o filme como um todo é uma crítica-ensaio-memorial muito perspicaz a questões caras à sociedade tal qual o engajamento de jovens em determinados movimentos políticos fadados ao fracasso. Quanto aos atores, Carolina Ferraz surge deslumbrante no meio de um elenco pouco dedicado que inclui até uma jurada de um popular programa de tv.
O filme equilibra bem essa questão de retratar a realidade com um toque de poeticidade, são momentos que são fotografados de forma meio crua ao mesmo tempo que traz um caráter lírico. E dependendo do contexto histórico que estamos vendo em tela o Carlos Reichenbach adapta essas características, como o preto e branco quando está na juventude dos dois amigos. Tudo isso dá um sabor a mais, e melhora em muito "Alma Corsária".
É um cinema que não se agarra em uma noção de tempo muito específica, parece deslizar entre os acontecimentos, buscando imprimir um tom mais sentimental e estético, basicamente sensorial, do que desenvolver uma narrativa em si, mesmo que a narrativa se desenrole maravilhosamente bem, ela não parece ter um clímax muito acentuado, deixando isso mais para a abordagem sensorial.
Diante disso acaba sendo uma narrativa que sintetiza muito bem um pensamento político brasileiro, que tem início nos anos 40, passando pela ditadura, até a morte dos personagens.
Parece ser um cinema bem mais místico, povoado por aparições, em um desenrolar que coloca a política em paroxismo. Engraçado que, por mais política que esteja envolvida na narrativa, o que vem mais…
um dos maiores gênios não só do cinema nacional, mas da história da sétima arte.
o carlos consegue fazer de tudo, uma mistura de ficção, simbologias, fatos e acontecimentos históricos.
o curta já era algo um nível acima da média, mas o filme irmão... bicho isso é de outro mundo.
carlos reichenbach está realmente a 100 anos a frente.
Carlos Reichenbach e a montadora Cristina Amaral conduzem muito bem uma estrutura bastante complicada, tanto pelos flashbacks quanto pelo próprio desenvolvimento dos personagens, que não segue uma linha reta convencional, construindo um retrato de uma geração que atravessou a ditadura. Se destaca também o uso de música, tanto diegética quanto incidental, que vai de rock até Debussy - em um raro uso não clichê de Clair de Lune. Tem também suas doses de cafonices propositais que podem afastar parte do público, mas mais uma vez o uso da paisagem urbana paulista é fundamental para a construção de atmosfera.
A anarquia se instaura na cronologia, na geografia e nas relações de causa e efeito. O resultado é meio cômico, sem compromisso com a naturalização, e justamente por isso, gostoso de acompanhar.
acontece muita coisa nesse filme
a forma faz parecer clássico
e o conteúdo o confirma como.
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