O primeiro filme português ambientado na Europa. Corte de Cabelo (1995), que estreou em Locarno cerca de dois meses antes das eleições que tirariam o PSD do poder após uma década, é extremamente carregado de simbolismos e ainda assim fresco, como se fosse a consequência natural, senão lógica, de todos os romances de formação realizados ao longo do cavaquismo pela nova geração de cineastas, os quais, em maior ou menor medida, encenavam uma noção de “aqui é o fim do mundo” ligada ao Cinema Novo. Entre outras coisas, Corte de Cabelo deixa de ser somente Os Verdes Anos e passa a ser também O Cerco. O romance não é impossível, fatalista e dificultado pelo ar rarefeito. Os personagens casaram-se (no…