Synopsis
Downtown Recife’s classic movie palaces from the 20th century are mostly gone. That city area is now an archaeological site of sorts that reveals aspects of life in society which have been lost. And that’s just part of the story.
2023 ‘Retratos Fantasmas’ Directed by Kleber Mendonça Filho
Downtown Recife’s classic movie palaces from the 20th century are mostly gone. That city area is now an archaeological site of sorts that reveals aspects of life in society which have been lost. And that’s just part of the story.
Portraits fantômes, Portraits Fantômes, 유령들의 초상
“Kleber faz com Recife o que Godard faz com Paris e Scorsese com Nova York” - The Playlist
Que documentário grandioso, é o cinema falando sobre cinema. É fantástico. Sem palavras.
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🏆 2023 - RANKING
A ficção é o melhor documentário. O cinema, um registro projetivo.
Acontece que a potencialidade ontológica do cinema lhe permite filmar o instante frente a câmera, que imediatamente se transforma em memória, mas que em razão de seu movimento causa a sensação do aqui e agora. As memórias, no cinema, tem vida e dão vida. As memórias no cinema são encantadas.
Entretanto, ao sair da sala, o espectador entra em contato com a realidade fora do instante filmado (que já virou passado). A descoberta revela que apesar da projeção do cinema, essa mídia ostenta sua forma-testemunho. O cinema é um testemunho. Mesmo as ficções ou até mesmo filmes futuristas, são projeções do aqui e agora, mas que revelam, na verdade,…
Ao falar de si, Kleber alcança o passado de uma cidade toda, a herança cultural que ela carrega e, claro, o impacto do cinema nisso tudo. Não é nada presunçosa essa conexão que vai do pessoal ao coletivo — e é isso o que mais me faz admirar o trabalho desse cara tão talentoso.
“É muita história.” E é mesmo.
Retratos Fantasmas é o filme mais pessoal de Kleber Mendonça Filho até agora. Dividido em três partes, o documentário explora a relação do diretor com a cidade de Recife - do micro ao macro. Começando pelo seu apartamento e se expandindo para os cinemas da cidade.
Sempre houveram muitos comentários sobre como a filmografia de KMF se relaciona intrinsecamente com a arquitetura da cidade. Em O Som ao Redor e Aquarius, por ex, isso é latente. Nesse doc nós conseguimos compreender um pouco mais do porquê disso e vemos um outro lado do diretor.
Um lado, diga-se de passagem, muito mais engraçado. Algo que já aparece um pouco mais na sua co-direçao em Bacurau mas que aqui se faz presente por meio de inteligentes rimas visuais que levaram a sala da segunda exibição do filme em Cannes à muitas risadas.
Eu até gosto bastante da parte sobre os cinema de Recife, especialmente nos momentos em que as imagens podem dizer mais do que a narração. Mas toda a parte "pessoal" do projeto é absolutamente intragável.
Acho um pouco cômico o quanto o Kléber é o tipo de esquerda intelectual que se julga um anti-burguês, mais próximo do povo do que da elite, ao mesmo tempo em que tem esse discurso que é uma frustração essencialmente burguesa. Kléber é o tipo de pequeno burguês que quer controlar a vida dos vizinhos. Ele não suporta o som, o cheiro, a estética a vida ao redor. Ele quer decidir se um vizinho pode deixar o cachorro sozinho aos fins-de-semana, se pode colocar portão…
For some, it may seem like nostalgic melancholy for a middle-aged person to keep complaining about how historical heritage was destroyed and how everything was nicer “in his time”. After all, the world simply changes. But I'm also that guy. The world was, indeed, so much nicer back then.
Depois da primeira parte, eu achei que o filme iria pro lado Petra Costa da força, mas felizmente tá mais próximo de algo que o Thom Andersen faria.
Até o modo como ele traz reflexões que partem de aspectos arquitetônicos lembra o Andersen. Não é um filme meramente interessado na nostalgia das salas, mas em uma relação sugestiva (ora angustiante e ora possibilitadora) entre os filmes e o "mundo físico".
O Kleber se foca muito na experiência dele com esses espaços físicos (o apartamento, as salas de cinema, o centro da cidade), mas de alguma forma está sempre refletindo sobre essa vontade universal de acessar outros mundos. O que inclui até o mundo das memórias e fantasmas da casa.
Como…
(Brazil)
Todos os cinemas de rua do meu bairro morreram antes de eu nascer. Infelizmente sou da geração de farmácias igrejas e shoppings 😴