Synopsis
In Bahia, an educated black man returns to his home fishing village to try and free people from mysticism, in particular the Candomblé religion, which he considers a factor of political and social oppression, with tragic outcome.
1962 ‘Barravento’ Directed by Glauber Rocha
In Bahia, an educated black man returns to his home fishing village to try and free people from mysticism, in particular the Candomblé religion, which he considers a factor of political and social oppression, with tragic outcome.
Antônio Pitanga Luiza Maranhão Lucy de Carvalho Aldo Teixeira Lídio Silva Edmundo Albuquerque Francisco dos Santos Brito Hélio de Oliveira Antônio Carlos dos Santos João Gama Milton Gaúcho Fred Júnior Alair Liguori Elio Moreno Lima Jota Luna Braga Neto Rosalvo Plínio Flora Vasconcelos Dona Zezé Jose Teles
A cultura de matriz africana é retratada de forma tão essencial para a existência daquele universo, que a impressão que eu tinha era que, a qualquer momento, Iemanjá sairia do mar, como um Deus Ex Machina, pra resolver a trama.
"Barravento" traz um choque cultural muito interessante, mostrando o homem que abandonou suas origens para conhecer o mundo externo, e voltou cheio de certezas e apontamentos que não conversam muito com a cultura local.
O que mais me atraiu foi ver como a cultura (principalmente a música e a religiosidade) não só exerce um poder imenso sobre o pensamento dos personagens, como também é o que guia a narrativa, que tem em suas transições rituais com danças e músicas.
Até…
Em honra do povo do nordeste, nosso maior cineasta nordestino.
Esse filme tem um amalgama tão inteligente entre marxismo brechtiano e cultura baiana de raiz iorubá que pode parecer confuso como teoria mas que é belamente representado pelo Exu materialista-histórico de Antonio Pitanga.
Box Versátil Coleção Glauber Rocha Fase 1
Glauber Rocha’s first film with the vitality of his images playing against their need to fit a pre-established thesis. At least, given Rocha’s barocco tendencies the film is rather contradictory in his ideas. He was suppose just produce which might explain why the film never quite have the richness of his best work, but there is some amazing moments spread throughout.
Que bom que o Glauber cresceu e lembrou da frase que Marx escreveu antes de "a religião é o ópio do povo": "A religião é o suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma".
Every time I have a chance to bring up Djibril Diop Mambéty, I'll most likely take it. Here (this is my first Rocha film), Glauber Rocha creates similar kind of cinematic style that is collected from various aspects of the culture and rituals of the region that the film portrays and combined with angry political commentary.
Barravento takes place in one of the coasts of Brazil's Bahia de Todos os Santos (Bay of All Saints) state in which mysticism of African religions (in this case Candomblé which originates from certain West African beliefs influenced by Catholicism) is still strongly alive. Rocha's attack against these beliefs can be already seen in the opening titles in which he explains about how they…
Poucos diretores conseguem representar tão bem a cultura de seu país quanto Glauber Rocha... me vêm à mente no momento apenas Godard e Diop Manbéty no que tange à essa representação.
Aqui me incomoda o fato de que parece que o diretor está meio que perdido em meio ao experimentalismo do filme. Não sei direito se ele quis fazer um crítica à religião, ao sistema capitalista explorador, etc. E essa espécie de confusão do diretor acaba desinteressando o público e o desconectando do universo apresentado.
No entanto, acredito que no terceiro ato ele consegue resolver bem os temas e conflitos apresentados, concluindo a obra de maneira satisfatória.
No final essa "bagunça" se justifica através da verdade que o diretor queria transmitir. Essa mistura entre o cruel e avassalador mundo real com a mística da cultura e religião brasileira, acaba funcionando bem como crítica e homenagem ao mesmo tempo.
Antônio Pitanga é uma força da natureza aqui.
"Ao analisar com mais cuidado o filme Barravento, percebi o quanto a leitura marcada pelo conteúdo "crítica à alienação religiosa" era seletiva, podendo apenas dar conta de certos aspectos do enredo e de uma parcela dos diálogos, minimizando os problemas colocados pela composição da imagem. Ficou clara a presença de um estilo de montagem que, associado a uma utilização particular da câmera e uma movimentação coreográfica das figuras humanas, estabelece relações de tal natureza que esta interpretação é posta em xeque. Ela não da conta do filme em sua complexidade de percursos e deixa de lado elementos cuja presença, não apenas episódica, é recorrente ao longo do filme. Feita esta constatação, tornou-se difícil assumir Barravento como um discurso unívoco sobre…
March Around The World 2022
Country: Brazil (5/30)
It is a little strange to see Glauber Rocha’s first feature film is so steeped in 1940s era Italian neo-realism. Certainly there are similarities between that style and Brazil’s Cinema Novo movement, but there’s always been a clear delineation between the two, in my mind. Maybe I should rethink that. Or, maybe, one has to start somewhere. Or, also maybe, labels like that are overrated.
Rocha’s firebrand take on sociopolitical matters bleeds through, though, and it would no matter what descriptor you want to put on the film. Here, the story focuses on four characters, descendants of Black African slaves trying to navigate poverty under the duress of capitalism. Firmino (Antonio Pitanga)…
Pioneering post-colonial filmmaking, almost perfectly successful in dismantling the film-industry conventions pertaining to depictions of marginalized ethnic groups. Not very emotionally engaging, but it looks gorgeous and you'll feel smarter afterwards.
Mais Welles (o de It's All True, obviamente) e Murnau (o de Tabu) que Rossellini, Barravento está bem no meio do caminho entre o experimentalismo juvenil de Pátio e o faroeste operístico de Deus e o Diabo na Terra do Sol.
Primeiro longa-metragem do Glauber Rocha, ou, como ele mesmo disse quando se referiu ao próprio trabalho, "um ensaio cinematográfico, uma experiência de iniciante".
E há uma grandeza, aliás, nesse iniciante, que desde cedo assimila o mundo representativo do mito e o mundo real no qual vivem emaranhadas as pessoas.
Esse mundo do mito é o mundo das crenças, das tradições milenares, criadas por indivíduos perdidos no caos cósmico, social e transcendental, precisando agarrar-se a algo palpável e confiável. O mundo real, por outro lado, é o mundo da realidade, o absurdo vivido com conformidade, que aparece para os indivíduos como a realidade única de tudo, e que é, na verdade, o mundo do absurdo, do impalpável. Enfim assimilando estes dois…
Glauber, desde esse seu primeiro longa, já expunha as mentiras verdadeiras que perduram por grande parte de suas obras. Mentira pois cinema é essencialmente uma arte de farsas, Barravento não é objetivamente baseado em acontecimentos reais, Firmino, Cota, Aruã... não existem; mas o que eles e seus conterrâneos da região presenciam, sim. A fome, o analfabetismo, o elitismo, esses sim são conturbações reais. É a partir daí que as tradições desse povo (Musica, dança, religião e Etc) sendo tudo o que lhes restam diante de suas delimitações impostas pelas maiores autoridades, ganham contornos de altíssima relevância pelas mesmas e pela encenação de Rocha, que sempre busca acompanhar proximamente (consequentemente mais intensa também) tais personas. A câmera vibra junto aos rituais…