Mitologia preta apropriada pelas estruturas possessivas brancas. O zumbi ainda não era um flâneur canibal, mas escravo pela eternidade.
A assombrosa cena do zumbi caindo no moedor de açúcar e os demais continuando a girar sem esboçar reação me lembrou do aperto no estômago que tive vendo Noite e Neblina. Sistema de drenagem de humanidade, e de qualquer coisa que aquele corpo pode dar. O judeu morto vira sabão, o escravo acidentado vira açúcar. Gente virada coisa, gente que não importa mais que a coisa. E os olhos famintos do Bela Lugosi, prendendo entre as mãos o que dá.