Adoro listas. Se fosse contabilizar o tempo que passo lendo listas dos mais diversos tipos na Internet, provavelmente entraria em desespero ao constatar as centenas de horas atiradas fora graças a relações do tipo “Os 10 Piores Efeitos Visuais da História”; “As 25 Mortes Mais Chocantes do Cinema” ou “As 100 Morenas Vestidas de Pirata Mais Inesquecíveis da Televisão”. A obsessão é tamanha que já me surpreendi conferindo listagens sobre assuntos sobre os quais não tenho o menor interesse (“Os 10 Carros Mais Revolucionários da Fórmula 1”). Chega a ser triste.
Por outro lado, detesto fazer listas. Tomam muito tempo, são uma tortura para compilar e, assim que as concluo, percebo que deixei itens importantes de fora. Claro que, como…
Adoro listas. Se fosse contabilizar o tempo que passo lendo listas dos mais diversos tipos na Internet, provavelmente entraria em desespero ao constatar as centenas de horas atiradas fora graças a relações do tipo “Os 10 Piores Efeitos Visuais da História”; “As 25 Mortes Mais Chocantes do Cinema” ou “As 100 Morenas Vestidas de Pirata Mais Inesquecíveis da Televisão”. A obsessão é tamanha que já me surpreendi conferindo listagens sobre assuntos sobre os quais não tenho o menor interesse (“Os 10 Carros Mais Revolucionários da Fórmula 1”). Chega a ser triste.
Por outro lado, detesto fazer listas. Tomam muito tempo, são uma tortura para compilar e, assim que as concluo, percebo que deixei itens importantes de fora. Claro que, como crítico de cinema, constantemente recebo pedidos de leitores para que sugira “os melhores suspenses”, “as melhores comédias” e por aí afora, mas sempre recuso educadamente por saber que sofreria ao formulá-las. Ora, um dos grandes baratos de ler listas é poder comparar notas e condenar os esquecimentos e injustiças cometidos pelo autor, mas o jogo imediatamente perde a graça quando você está criticando o próprio trabalho (e, acreditem, sou o primeiro a me torturar quando percebo um deslize em minhas próprias listas – e sempre percebo).
Claro que as relações de “10 Melhores e Piores do Ano” são relativamente fáceis e indolores de criar - afinal, estou trabalhando com um número limitado de opções (os longas vistos nos últimos 365 dias) -, mas ao começar a receber cobranças sobre os “Melhores da Década”, passei a ficar inquieto e decidi ignorá-las.
Mas em tempos de Twitter, as vozes dos leitores passaram a apresentar um poder de persuasão bem mais... irresistível.
Assim, debrucei em minhas listas de 2001 para cá e consegui chegar, com muito sofrimento, a vinte títulos: dez que considero não apenas os “melhores”, mas também os mais “importantes/influentes”, e outros dez que merecem uma menção honrosa. Além disso, decidi listá-los em ordem alfabética em vez de ranqueá-los.
Eu sei. Sou um trapaceiro.