Yakuza-Eiga é um termo criado de forma a dar conta de um estudo, particularmente mais desenvolvido como recorte crítico no ocidente, dos diversos filmes que tem como foco a vida, os dilemas, as contradições e, por vezes, a história do Yakuza no Japão sempre no contexto do gendaigeki, tendo como intervalo fundante de seu desenvolvimento enquanto gênero de 1963 a 1986.
A representação do Yakuza como conhecido hoje e mais propriamente no cinema se desenvolve apenas nos anos 60 quando termina de se desvencilhar do Jidaigeki tradicional. Até então é comum que a figura do Yakuza esteja presente em Jidaigekis e tramas de samurai como um adversário destes ou um andarilho que compartilha de forma enviesada da dualidade giri-ninjo (Zatoichi).…
Yakuza-Eiga é um termo criado de forma a dar conta de um estudo, particularmente mais desenvolvido como recorte crítico no ocidente, dos diversos filmes que tem como foco a vida, os dilemas, as contradições e, por vezes, a história do Yakuza no Japão sempre no contexto do gendaigeki, tendo como intervalo fundante de seu desenvolvimento enquanto gênero de 1963 a 1986.
A representação do Yakuza como conhecido hoje e mais propriamente no cinema se desenvolve apenas nos anos 60 quando termina de se desvencilhar do Jidaigeki tradicional. Até então é comum que a figura do Yakuza esteja presente em Jidaigekis e tramas de samurai como um adversário destes ou um andarilho que compartilha de forma enviesada da dualidade giri-ninjo (Zatoichi). É apenas nos anos 60 que ele se torna o cavalariço honrado do Ninkyo-Eiga, rumando a sua reinvenção realista nas mãos do Jitsuroku, posteriormente encontrando a estilização extrema no V-Cinema dos anos 90. Dessa forma, sua representação vai do espectro da direita ultranacionalista, por vezes de retórica fascista, até a esquerda crítica e de volta a um território de autoparódia e revisão estilística agressiva, como seria o caso de boa parte dos projetos representativos tradicionais do Japão pós bolha econômica. No início dos 80, com a crise dos estúdios, o Yakuza deixará de ocupar um papel de protagonismo narrativo para ser apenas um elemento presente no filme o que pouco a pouco tornará sua classificação enquanto gênero mais difusa e questionável, retornando ao policial.
Assim o gênero pode ser, rigorosamente, separado em três momentos:
Ninkyo-Eiga: O Yakuza mítico e cavalariço vai de 1963 a 1971
Jitsuroku-Eiga: A retratação documental-realista inspirada em fatos reais do Yakuza vai de 1971 a 1979
Shin Yakuza-Eiga: As diferentes formas de trabalhar a figura do Yakuza, da queda dos estúdios a sua reinvenção nas mãos de Miike e Kitano vai de 1980 (89) ao presente.
Alguns de seus diretores mais importantes são: Kinji Fukasaku, Tai Kato, Kiyoshi Saeki, Takeshi Kitano, Takashi Miike, Teruo Ishii e Seijun Suzuki. Dentre suas principais estrelas estão: Bunta Sugawara, Ken Takakuta, Koji Tsuruta e Junro Fuji.
A lista a seguir concebe filmes que compõem a formação da figura do Yakuza como núcleo narrativo, até as principais manifestações do mesmo em seus três períodos como esclarecidos anteriormente, dando prioridade ao entremeio dos anos 60 aos 80. Em nome do rigor da seleção optou-se por excluir filmes que pertencem ao policial japonês e ao Nikkatsu Action, pois estes poucas vezes se voltam para o Yakuza, tendo sua figura apenas como um elemento qualquer da trama.
Referências e Leituras recomendadas:
História do Cinema Japonês - Maria Roberta Novielli
The Yakuza Movie Book: A Guide to Japanese Gangster Films - Mark Schilling
Outlaw Master of Japanese Film - Chris D.
Yakuza-Eiga: A Primer - Paul Schrader [Artigo] com anotações de Tom Mes
Mob Revival: How Video Saved The Yakuza Film - Tom Mes [Artigo]
Family Honor: The Short History of Toei - Jasper Sharp [Artigo]
Jitsuroku: My Personal Account of the Screenplay - Kazuo Kasahara [Artigo]