como você se sente aqui, agora?

ou, que filmasso.
sensível até o caroço, o diretor-narrador traz à tona reflexões existenciais fortes de forma sutil, corriqueira e cotidiana, vindas dos entrevistados sem qualquer pretensão. junto da câmera quieta que observa e absorve o movimento, com simplicidade ele explicita o que viu e sentiu ali, aliando sua narração a recursos da pós que conversam com o espectador (a sequência da máquina de costura barulhenta, linda carta de amor ao cinema e sua linguagem).
ele permite o silêncio, permite o real. que gênero, o documentário, que faz a gente viajar pra outros lugares, pessoas e realidades sem sair de casa. histórias de verdade, cinema como ferida aberta.

“entra ano e sai ano, o que não muda em Toritama é a chuva que cai depois do carnaval.”

p.s.: Racionais, original música popular brasileira. já dizia Djonga: hip-hop é auto-estima