Favoritos: filmes que mais me marcaram no mês passado (vistos pela primeira vez e dando prioridade a longas-metragens)
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Movie Dementia 1986
Fausto, no mito original (se é que algo assim existe), almejava o avanço científico e tecnológico e, pra isso, vendeu sua alma ao Diabo. A essência como objeto de troca em prol da evolução da sociedade. Em Filme Demência, Reichenbach traz esse mito pro Brasil pós redemocratização, período no qual a incerteza reinava na população perdida depois de tantas promessas da industrialização se mostrarem falhas. Esse cenário vai servir de condutor pra um filme que questiona nossa dependência da técnica;…
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Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles 1975
Normalmente, numa narrativa dramática, as personagens que compõem a trama e as ações que elas tomam são engrandecidas, não no sentido moral, mas no sentido de ganharem uma voz, um palco que não seria lhes dado na realidade direta. Porém, em Jeanne Dielman, Chantal Akerman realiza o oposto, mas com resultados semelhantes. Vemos o cotidiano de uma mulher por mais de 3 horas, quase que totalmente desdramatizado e direto. E é justamente essa moldagem do tempo de forma ríspida que…
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Evil Dead 2013
Os artifícios que Fede Álvarez utiliza para encaixar a mitologia do Evil Dead original numa onda realista que assolava os remakes lançados na época são tão ineficientes quanto contraditórios. A fotografia "sombria" e excessivamente sóbria - até há uma tentativa de copiar os planos exagerados do Sam Raimi mas sempre podando-os para não soarem tão artificiais - simplesmente não combina com as maluquices e exageros do roteiro. Inclusive, as próprias adaptações do roteiro se sabotam, como a ideia de incluir…
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Nem Verdade Nem Mentira 1979
A mentira: um filme sobre jornalismo. A verdade: um filme sobre cinema. Nem verdade nem mentira, esse curta experimenta a linguagem pra falar da própria linguagem, destrinchar o conceito de narrativa. Mostra como a ficção e a realidade não são tão diferentes assim. Nada é verdade, nada é mentira. Tudo é narrativa.
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Fantastic Planet 1973
O que mais me chamou atenção aqui é como Laloux conduz uma abordagem quase documental da vida nesse planeta. Seguimos sim uma história principal, acompanhando o protagonista e seus laços com direito até a narração em off, mas o diretor nunca tenta se aprofundar em algum desses personagens, mantendo tudo sempre muito objetivo e impessoal. O final é o ápice dessa abordagem crua, mostrando a conclusão da história repentinamente, sem se preocupar com o desenvolvimento dos personagens nem com a…
